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segunda-feira, 31 de julho de 2017

O ATAQUE DAS BONECAS ASSASSINAS

Esta é uma história bastante antiga, que nunca foi divulgada ou publicada em lugar algum, e que cujo manuscrito original esteve esquecido no fundo de um armário na casa de meu pai, por mais de 20 anos.

Foi escrita por mim (Tio Lulu), à época em que eu tinha uns 15 anos, baseada em um sonho que minha irmã Ingrid teve na época. Como todos sabem, tenho duas irmãs mais novas que eu, a outra se chama Gisele. A diferença de idade é de 5 anos para a Ingrid e de 7 anos para a Gisele.

Bem, espero que não se importem com a inocência ou amadorismo da história, pois como disse na época eu devia ter 16 anos, e resolvi transcrever a história tal qual como foi escrita naquela época. Acredito que o ano seja 1990 ou 1991.

Boa leitura !

O ATAQUE DAS BONECAS ASSASSINAS

Era um lindo dia de verão. Os raios de sol cintilavam sobre a cidade, aquecendo-a e iluminando-a, e o vento cantava canções de ninar aos lírios e petúnias.

Para as irmãs Ingrid e Gisele, era mais um dia como outro qualquer, pois brincavam de casinha (ainda estavam em férias escolares). Porém, mal sabiam elas que o destino lhes reservava um futuro sórdido e sombrio. Muitas coisas estavam para acontecer naquela casa.

Bem, voltemos à cena em questão. Elas estavam brincando inocentemente na sala da casa onde moravam com o pai e o irmão, quando Gisele, sem qualquer motivo, começou a contar algo que ouvira de um primo seu há algum tempo atrás. Esse primo, chamado Fabio, disse que ouviu comentários de que, uma vez, desconfiaram de um boneco chamado Fofão, lá no interior, e resolveram abrir o referido brinquedo. Aí então tiveram uma surpresa assustadora: ao invés de encontrarem bolinhas de isopor como enchimento, haviam coisas indescritíveis e assustadoramente misteriosas lá dentro. Não parecia com nada que já tivessem visto, devia ser coisa do além !!!

Quando a Gisele terminou de contar a história, ficou um certo clima de apreensão e de medo naquela sala. Mas para disfarçar o medo, elas mudaram imediatamente de assunto e continuaram a brincar. A Ingrid pegou um boneco "Gordão" (nome do brinquedo, parecia muito com o boneco "Fofão") para ser seu filhinho na brincadeira, e a Gisele pegou a boneca "Gordona" para ser sua filhinha. E começaram a brincar, agora já mais tranquilas.

Mas de repente, o inesperado, o incrível acontece. A Ingrid estava com o Gordão no colo, quando ele inexplicavelmente se mexeu sozinho: levantou a cabeça, olhou para ela e, com um sorriso maldoso nos lábios e um olhar perverso, desferiu um golpe contra o braço direito dela, arranhando-o com unhas que até aquele momento não existiam nas mãozinhas daquele boneco. A reação dela foi imediata e, como que por instinto, ela jogou o boneco no sofá, pegou a Gisele pelo braço, puxou-a, trancou a casa e as duas saíram correndo em direção à casa da nossa avó (a Oma), que fica ao lado.

Lá chegando, deixaram a chave sobre a geladeira azul, que é onde ficam as chaves. Sem coragem para contar a Oma o que havia acontecido, elas aproveitaram e tomaram o café-da-manhã, que já estava na mesa. A Ingrid tampava com a mão esquerda os arranhões em seu braço, para que ninguém visse aquilo. E começou a discutir com a Gisele sobre o que acontecera. De repente chegou o irmão mais velho delas, o Luciano, deu bom dia a elas e perguntou sobre que assunto as duas tanto falavam. Elas não queriam revelar o segredo, com medo de que Luciano não acreditasse e ainda tirasse um sarro das duas, e começaram a dar respostas evasivas, do tipo "não foi nada, só estamos combinando as nossas brincadeiras", e depois acabaram mudando de assunto.

Nisso, elas já haviam acabado de tomar café, e rumaram para a frente da casa delas, agora com Luciano (sempre curioso) na cola. Também os gatinhos de estimação acabaram seguindo os três. Eram dois gatos (Veludo e Juninho) e uma gata (Tininha), pelos quais a Ingrid tinha um carinho enorme.

Quando já estavam na frente de casa, mais precisamente na varanda, as duas continuaram a enrolar o Luciano, que demonstrava enorme inquietação e continuava desconfiando de algo. Aí, para tentar despistar de uma vez por todas a curiosidade do irmão, Ingrid chamou sua maninha para continuar brincando de casinha, agora na varanda, já que estavam sem coragem de entrar na casa e deparar-se com aquele diabólico boneco. Ela foi até a janela do quarto para pegar outra boneca qualquer, enquanto explicava para o irmão que não entrava na casa porque era mais fácil pegar pela janela. Sabemos que a verdade era outra.

Mas quando a Ingrid olhou para dentro do quarto, viu algo que por muito pouco não a fez desmaiar de tanto medo. O que será que quase a fez desfalecer de tanto susto ? A resposta é simples ! Ela acabara de ver o Gordão deitado na cama dela. Até aí tudo bem. Mas como ele poderia estar ali, se ela havia o largado no sofá da sala ? E ninguém havia entrado na casa desde então.

Então ela teve o impulso de adentrar sua mão no quarto, através da janela, e a encostar no boneco. Isso porque ela queria saber se tudo era real e se os fatos não teriam passado de um sonho ou de uma ilusão. Antes fosse. Qual nada. O boneco repetiu o mesmo procedimento, levantando a cabeça com o mesmo sorriso maquiavélico e olhar perverso, porém agora acrescentando uma gargalhada tenebrosa e sombria, dessas que a gente ouve em filmes de terror quando o monstrão vai atacar o mocinho. Quando ele agarrou o braço dela, a mesma chacoalhou o braço quase que instantaneamente, jogando-o de volta na cama. Aí então, ela saiu correndo em direção à varanda da frente. Chegou lá chorando, com o braço ainda mais arranhado, e foi aí que o Luciano viu tudo e perguntou:

- Ingrid, o que aconteceu ?

- O Gordão me arranhou o braço - respondeu Ingrid com voz de choro.

- Queeeeeê ???? - retrucou Luciano.

Aí não teve jeito. Gisele acabou explicando tudo o que havia ocorrido. A princípio, ele não acreditou muito naquilo, e achou que estava sendo logrado. Mas aí ela mostrou o braço para ele, que perguntou:

- PelamordeDeus !!! Que que aconteceu aí nesse braço ???

- Já disse - respondeu Ingrid.

- É, realmente isso não poderia ter sido feito por um gato - refletiu Luciano.

- Vamos até a casa da Oma. Lá a gente vê o que faz - continuou Luciano.

Aí cada um pegou um gato. Afinal, os três gatinhos de estimação também estavam lá na frente da casa. O Luciano pegou a Tininha, a Gisele pegou o Juninho e a Ingrid pegou o Veludo. E se foram.

Mas quando estavam passando em frente à já mencionada janela do quarto, o Veludo soltou-se e resolveu pular lá pra dentro, e a Ingrid não pôde evitar. O gato pulou mesmo, e foi-se deitar na mesma cama em que estava o boneco Gordão. Aí bateu o desespero na Ingrid. Logo o gatinho que era o xodó dela... Gritou mesmo:

- Aaaiiiiii, naaaaaaãoooooo !!!!!!!!!!!

Então, fez o que não devia. Enfiou a mão janela adentro, na tentativa de recuperar e pegar o gato. Nisso, o Gordão, que estava imóvel e inexpressivo, deitado e virdo com a face para cima, levantou-se, agora já com seu sorriso maquiavélico e olhar perverso, e investiu contra o braço da Ingrid novamente, mas agora com mais violência. Fazendo isso, pronunciou algumas palavras com imenso sarcasmo e repugnância:

- Eu te mato ! Eu te mato ! - dizia ele vigorosamente.

Enquanto isso, cravava suas enormes e afiadas unhas no braço da coitada. O sangue brotou e jorrou vermelho, espesso, como um chafariz. A Ingrid, preocupando-se mais com o gato do que com ela própria, gritou:

-Fique longe do meu gato !

Nisso, a Ingrid olhou para um canto do quarto, e o que viu quase que lhe valeu um desmaio. A boneca Gordona e duas bonecas "Xuxinha", que lá estavam, começaram a marchar em direção à cama onde estava o Gordão, e perguntaram a ele:

-Precisa de ajuda ?

-Não, eu dou conta do recado - respondeu ele.

A Ingrid ainda conseguiu raciocinar, e chacoalhou o boneco, agora com mais intensidade, pois ele lhe agarrava o braço com as duas mãos. Quando se soltou, já havia quase dilacerado o referido membro da Guigui.

Aí então ela teve a ideia: pediu ao Luciano e à Gisele que distraíssem por mais tempo a atenção do boneco, que enquanto isso ela iria lá na casa da Oma pegar a chave da casa deles, que elas haviam colocado sobre a geladeira azul momentos antes. Mas, com que propósito ela iria querer entrar lá ? Ah... A resposta é simples: salvar o gato, é claro !!! Ele estava lá no quarto ainda, ao lado do brinquedo assassino.

Aliás, já que novamente mencionamos o brinquedo, poderíamos fazer uma rápida reflexão sobre como ele teria ficado assim. Seria uma possessão ? Será que baixou um "espírito-de-porco" nele ? Talvez um "POLTHERGEIST" se instalara lá na casa... Não sei. Ninguém sabia o porque daquela situação.

Bem, voltemos à nossa heroína, a Guigui. Nesse momento, ela estava entrando na cozinha da casa da Oma. Sem nenhum alarde, ela silenciosamente caminhou em direção à geladeira azul que se erguia junto a uma das paredes. Como não alcançava para olhar sobre ela, começou a tatear com a mão à procura da chave. Logo a achou. Então retirou-se lentamente do recinto e dirigiu-se de volta ao lar. Atravessou a larga faixa de pedrinhas azuladas que separava uma casa da outra (pois lá não havia muro) e, virando à direita, subiu três degraus que a introduziram na varanda de trás da casa (a popular "área-de-serviço"). Era um prolongamento, em maior largura, do quintalzinho comprido e estreito de ladrilhos vermelho-escuros que margeava a casa formando um corredor que levava até a varanda da frente, e passava em frente às janelas dos quartos. Dessa varanda de trás, ela pôde observar que os dois irmãos ainda distraíam o Gordão.

Então, nossa heroína respirou fundo, introduziu a chave no buraco da fechadura, e girou-a duas voltas no sentido horário (sentido dos ponteiros do relógio), já que se tratava de uma porta que abre para a direita. Pronto ! Era eliminado o último obstáculo que separava nossa heroína dos monstros. Agora seriam só ela e os bonecos. Abriu a porta com cuidado, e continuou a caminhar, sem nenhum ruído. Atravessou o caminho de ladrilhos amarelos da área-de-serviço interna e dobrou à direita, o que fez com que ela atravessasse uma porta de madeira branca e adentrasse a cozinha. Até ali, não havia ocorrido nenhum revés. Tudo corria bem. Continuou andando silenciosamente, passo a passo, minuto a minuto, com uma cautela incrível ! Já havia acabado de sair da cozinha e entrado no corredor de tacos revestidos com uma passadeira de tapete marrom que interligava toda a casa. Três metros agora a separavam da entrada do quarto. Nessas alturas, o coração quase já lhe saía pela boca. Estava "a mil por hora" ! Continuou andando com seus passinhos curtos e precavidos.

Depois de alguns segundos de medo e, acima de tudo, muito cuidado, ela chegou àquela que podia ser a porta de sua destruição. Através dela, poderia sair vitoriosa, ou passar desta para melhor. Parou junto a ela e hesitou por alguns instantes. Mas de repente, uma voz fez-se ouvir dentro dela, ecoando por sua cabeça e dizendo:

- Rápido ! Ou ele morre ! Vá, vá !!!

Então, num impulso de bravura e coragem, ingressou rapidamente no aposento e rumou, já com passos rápidos, para a cama onde estavam o gato e o boneco. Ainda não havia sido notada. Chegou finalmente à cama, pegou o gato e o atirou pela janela que havia ao lado da cama, dizendo aos irmãos:

- Peguem ele, e levem todos para longe !

Nisso, o boneco voltou-se para ela, com aquele sorriso maquiavélico e olhar perverso, e investiu novamente contra aquele braço já tão sofrido de nossa brava heroína. Esta, desesperada, golpeou várias vezes com a mão esquerda a cabeça do boneco. Até machucou um pouco sua linda mãozinha. Aí então conseguiu soltar-se das garras do inimigo. Saiu então correndo em direção à porta. Ainda restavam esperanças para ela.

Transpôs o maior obstáculo que era seu medo, e cruzou vitoriosa a porta de seu quarto. Mas aí, aconteceu o que não poderia ter acontecido: ela olhou para trás ! Aí não deu outra: tropeçou e caiu no corredor, já quase chegando à cozinha. Levantou-se desesperada, e viu que o boneco já vinha saindo do quarto, agora em companhia da Gordona.

Guigui saiu correndo, atravessou a cozinha em disparada, e chegou finalmente à área-de-serviço interna. Os bonecos continuavam vindo, incansáveis, andando de maneira desengonçada e cambaleante, e já estavam entrando no recinto onde já se encontrava, junto à porta, nossa valorosa e intrépida mocinha.

Mas aí a vaca foi para o brejo... É, parece que tudo acabou para ela. É que, quando ela tentou abrir a porta, não conseguiu. Foi misteriosamente trancada, por alguma força sobrenatural, talvez. Ficou tentando, tentando, e nada. Aí, não teve mais escapatória. Os dois bonecos assassinos chegaram até ela, com aquelas gigantescas e afiadas unhas. É, parece que ela estava mesmo nas últimas. Iria ela bater as botas ? Abotoar o paletó ? Passar desta para melhor ? Será que o destino dela seria mesmo ficar nas nuvens, com asinhas, auréola e tocando harpa ?

Bem, voltemos à cena. Eles estavam frente a frente. O boneco Gordão, com aquela impagável e inconfundível expressão assassina, e a boneca Gordona, com um brilho diabólico no olhar. Então, moveram-se em direção à Guigui.

Quando eles iam desferir o golpe fatal e mandá-la para o paraíso, o que acontece ? Será que apareceu o Superman ? Não, pô... Bem, talvez a Sétima Cavalaria ? Também não. Então foi o famosíssimo Indiana Jones ? Menos ainda.

Lamento informar que, quem esperava um duelo paranormal e um final sangrento, pode tirar o cavalinho da chuva...

Sabem como termina esta violenta e sobrenatural história diabólica, bem na hora da morte ???

A Ingrid acorda e vê que era tudo sonho...ha ha ha !!!


FIM

CRÉDITOS

SONHADO POR:          - Ingrid Marcone

ESCRITO POR:            - Luciano Marcone

ELOGIADO POR:         - Gisele Marcone

ESTRELANDO:            - Ingrid Marcone no papel da heroína
                                      - Boneco Gordão no papel do vilão

COADJUVANTES:        - Luciano Marcone
                                      - Gisele Marcone

PARTICIPAÇÃO            - bonecas Gordona e as Xuxinhas
ESPECIAL:                    - os gatinhos da Guigui:Tininha,
                                         Veludo e Juninho

UMA PRODUÇÃO:        - Sonhos da Guigui & Imaginação
                                         Ilimitada

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